segunda-feira, 21 de novembro de 2011

LIBERTAR A SOCIEDADE CIVIL

"Ao alargamento desmesurado das despesas do Estado, a que se assistiu nos últimos anos, há que opor a contenção rigorosa dos gastos supérfluos e dos não essenciais.

À burocratização do Estado há que opor a desburocratização do País. À descoordenação administrativa e à duplicação funcional e delapidação consequente de recursos há que opor eficácia e produtividade.

E tudo isto, tão sumariamente dito, ajudará muito mais a inverter as tendências de asfixia da sociedade civil do que o corte das amarras de gongorismo ideológico contido na constituição.

Sem embargo, porém, é decisivo que os cidadãos e as organizações legítimas de representação dos interesses colectivos mais diversificados assumam o protagonismo que lhes cabe na modelação da nossa sociedade.

E para isso também é preciso que não se continue a dar prova quotidiana de que tudo esperamos do Estado, no subconsciente assumido, afinal, como mezinha para as nossas próprias incapacidades.

Se o papel selado é mau, o requerimento e o pedido para tudo e para nada não lhe ficam atrás!"

Lisboa 5 de Dezembro 1981 (Nascimento Rodrigues entrevistado por “O DIA”)