"O socialismo, mesmo o socialismo democrático, nos países da Europa do Sul, continua muito amarrado ao marxismo tradicional.
Nesse sentido, qualquer perspectiva está ultrapassada na sociedade actual e é, nessa medida que afirmamos a social-democracia como o caminho que aponta para uma sociedade democrática, humanista e se distingue do socialismo democrático clássico.
As dificuldades económicas que atravessamos, não nos permite fazer uma distribuição da riqueza que é parca.
Cabe-nos lutar contra o agravamento das injustiças sociais, o alastrar do mercado negro, as estruturas económicas paralelas, a fuga ao fisco. E isso não é fácil de fazer.
Aliás penso que o grande desafio da Social - democracia, é, precisamente, apresentar propostas para a resolução da crise e dignificação do Estado. A nossa economia é extraordinariamente dependente de factores externos e internos e, por outro lado os nossos vícios estruturais são de tal modo pesados e antigos que não se consegue vencê-los sem dificuldades.
Esta é uma razão suplementar para que tenhamos de efectuar reformas de estruturas na nossa sociedade.
É preciso a compreensão do povo. É preciso que a população possua toda a informação sobre a crise. É essencial que o Governo, a ter de tomar medidas impopulares marque um “timing” e um sentido para essas medidas de superação da crise. Isto não foi feito com total e completa clareza, porque o Governo só agora aprovou o OGE e vai, agora, começar a discussão."