segunda-feira, 7 de novembro de 2011

A VERDADE É DEMOCRÁTICA

A verdade é democrática. Como poderia, pois, ser inoportuna? Apresentá-la com a dignidade própria, aliás exigível em qualquer circunstância, de quem resguarda a necessidade de defesa dos valores democráticos e, consequentemente, de quem sabe avaliar de uma repercussão negativa eventualmente proveniente de abuso na forma da sua expressão, não me parece nem incompatível nem deformador do imperativo de transparência democrática. É, talvez, questão de sentido de responsabilidade ou de medida de temperança. Bem sei que nestas coisas cada um tem a que tem e a que quer usar… que a use então em liberdade, sujeitando-se à liberdade da reprovação que legitimamente outros queiram exercer.

Creio, em suma, que existe no País um crédito de esperança e uma margem significativa de apoio ao Governo, para que também rapidamente faça o que tem que de fazer: governar.

Os que não acreditam que digam então como é! Mas que se diga sem a ligeireza fútil da crítica vazia de apresentação concomitante de alternativas concretas de soluções


Lisboa, 12 de Janeiro de 1983