quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

NOVEMBRO DE 1981


A pouco menos de um mês do Congresso do PSD, que se realizará no Porto a 5 e 6 de Dezembro, o Henrique, vice-presidente a tempo inteiro, redige a moção da Comissão Política. Defende a continuação do projecto reformista da AD, mas diz não à sua institucionalização.
Defende  uma candidatura civil à Presidência da Republica (em 1985), e na linha de Francisco Sá Carneiro, (uma maioria, um Governo, um Presidente), originária de preferência,  da área social – democrata.
Lança a nova imagem do PSD. Partido de centro esquerda é a palavra de ordem para o próximo congresso. Procura a pacificação interna do partido, sem prejuízo da divergência de opiniões no seio do PSD
A missão: reforço da componente social-democrata com a chamada dos dissidentes e de todos quantos se sintam identificados politicamente com a social - democracia.
A 3 de Dezembro, entrevistado pelo “Diário de Lisboa” à pergunta do Jornalista:
“DL”- Michel Rocard disse um dia que “ o socialismo dos países do Sul é a social - democracia dos países do Norte”. Sendo assim qual o espaço nos países do sul, e em Portugal, da social-democracia?
Nascimento Rodrigues "Sem me referir para já e genericamente aos países do sul, penso que em relação a Portugal, a tónica diferenciadora entre os dois sistemas está por um lado, na rejeição de uma visão conservadora da sociedade e, por outro lado na rejeição marxista  clássica.  O socialismo, mesmo o socialismo democrático, nos países da Europa do Sul, continua muito amarrado ao marxismo tradicional. Nesse sentido, qualquer das perspectivas está ultrapassada na sociedade actual e é, nessa medida que afirmamos a social-democracia como o caminho que aponta para uma sociedade democrática, humanística e se distingue do socialismo democrático clássico".
DL Quer dizer que a social-democracia, do seu ponto de vista, defende a “reforma da repartição” e não a “reforma das estruturas”?
NR "Batemo-nos também pela reforma das estruturas, como diz. Aliás, penso que o grande desafio para a social-democracia, é, precisamente, apresentar um programa para a grave crise económica do País. As dificuldades económicas que atravessamos, não nos permite fazer uma distribuição da riqueza que é parca. Esta a razão suplementar para que tenhamos de efectuar reformas na nossa sociedade."