quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

SAÍDA PELA PORTA ALTA


A 4 de Setembro de 1981 “O Jornal “ publicava um artigo intitulado “Como o FMI “abateu” um ministro.”
E continuava: “Pela primeira vez, um ministro do Trabalho abandona a Praça de Londres com mais prestígio do que aquele com que entrara. Não por obra feita – mas pelo que se recusou a fazer”.(….)  “ O acordo com o FMI serviu-lhe de pretexto e causa próxima. A decisão estava já tomada. Uma decisão pessoal e que os acontecimentos das últimas semanas mais não fizeram que consolidar e tornar irreversível. Balsemão ainda insistiu – uma, duas vezes, mas com convicção decrescente perante a resolução inabalável de Nascimento Rodrigues.
Compreensão e total  solidariedade encontrou Nascimento Rodrigues junto dos sindicalistas e de outros sectores do partido. Atitude que, algo surpreendentemente, se alargou a alguns empresários, que vinham acompanhando com atenção a política lavada a cabo no Ministério do Trabalho. E terminava em jeito de comentário:  “Nascimento Rodrigues, saída pela porta alta”.
Em 5 de Setembro, e a este propósito, dizia o Henrique ao “Expresso”:
Quanto ao FMI, também não tive conhecimento de quaisquer eventuais condições relacionadas com a legislação laboral. Conhece-se mais ou menos a grave situação económico - financeira em que o País se encontra. É um imperativo nacional conter o deficit da nossa balança exterior e do orçamento do Estado. Isso implica a adopção de medidas de fundo, mas quer parecer-me que a maior parte delas, para que se alcance de facto a necessária e urgente recuperação económica, não passa essencialmente pela área das leis do trabalho. Se se pensa que as greves acabam com a revisão da lei da greve, alguém vai ficar muito enganado. Ou não é verdade que nas empresas bem geridas não há ou quase não há greves?”