segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

SOB VIGILÂNCIA DO FMI


Ano difícil, 1982. O Henrique é o vice - presidente do PSD em exercício e preside à comissão política nacional. Portugal está sob vigilância do FMI. Exige-se capacidade de resposta à situação de crise nacional e internacional.
1982 será o ano  de encerramento do processo de negociações da adesão á CEE e de eleições autárquicas.
Em 1982 “a grande prioridade que se coloca ao PSD e a todos os partidos democráticos é conseguir que a revisão constitucional chegue a bom termo. Isto significará simultaneamente, a vitória do consenso democrático e da democracia plena e civil sobre a democracia mais ou menos tutelada em que vivemos”. Seria o fim do Conselho da Revolução.
Tudo isto exige grande sentido de responsabilidade por parte de todos os partidos democráticos
O VIII Governo constitucional, governa, desde Setembro de 1981, em clima de permanente contestação interna e externa. Há forças políticas da área da governação que desejam a institucionalização da Aliança Democrática.
IN “A Capital” 9 de Janeiro 1982 - " Comemora-se o 1º Aniversário de posse de Pinto Balsemão. Nascimento Rodrigues, Vice – Presidente do PSD, ao fazer o balanço da acção governativa da AD., declarou":Devemos expressar o sereno regozijo por termos sabido conquistar e manter – pese embora as dificuldades e as contrariedades sofridas – uma maioria estável que é o cimento do projecto de mudança prometido aos portugueses, que não nos perdoariam que delapidássemos o que a tantos custou a ganhar.
Há condições para encarar o futuro com confiança mas não com optimismo, porque a situação económico financeira exige da maioria e do Governo um esforço acrescido de lucidez política e de empenhamento na resolução dos problemas nacionais.
Existe um largo caminho a percorrer para se cumprir o mandato de confiança e de esperança que em duas eleições foi atribuído à AD.  Mas é igualmente necessário que tenhamos consciência do valor extraordinário que representou a viragem política traduzida na formação da coligação governamental. Sem esta maioria o país permaneceria sujeito aos solavancos de uma governação fraquejante, por minoritária”.
 Dirá, mais tarde, a 16 de Janeiro, ao Jornal “O Dia”:
“Por mim reafirmo aquilo que sempre tenho dito: sou claramente a favor do projecto votado nas urnas; sou contrário à desagregação desse projecto, tal com sou contrário à sua transformação mais ou menos encapotada, num projecto diferente ou seja a institucionalização da AD num só partido.”
Esta afirmação, o seu testemunho indiscutível de social-democrata convicto, marcariam, com todas as consequências, o seu percurso político partidário neste ano de 1982.