quinta-feira, 1 de março de 2012

DIÁLOGO SOCIAL. SEMPRE!



“ Existe uma crise mundial que afecta praticamente todos os países, seja qual for a estrutura política, económica e social em que assentam. A tradicional debilidade da estrutura económica portuguesa e do nosso tecido empresarial tornam mais aguda a crise que atravessamos. E é aqui que a aposta da vontade política num processo sistemático e persistente de diálogo social ganha sentido.
O caminho da consensualização sócio - económica afigura-se como o mais válido e eficaz face ao objectivo da recuperação económica e do aumento da justiça social.
A alternativa seria a do confronto sistemático e permanente, mas esta via, pela agudização extrema de tensões e pela instabilidade corrente a que conduziria, não se afigura como alternativa válida para aquele efeito e potencia riscos no plano da institucionalização democrática.
A realização de uma política de diálogo social, afigura-se assim, como progressivamente exigente no quadro da situação nacional. E exigente neste sentido de que ela se assume, no seu potencial, como garante:
A) Do reforço dos valores democráticos e civilísticos inerentes à essência das sociedades  pluralistas.
B) Do maior grau de compreensão dos pontos de vista dos parceiros sociais (Estado, empresários, sindicatos), mínimo indispensável a partir do qual se podem focalizar  experiencias viáveis de ajustamento ou concertação social , de perfil e conteúdos variáveis, porque dependentes do contexto específico em que se insiram.
Se se reconhecer que há um mínimo de condições viabilizadoras de uma inversão de marcha, a iniciativa do despoletamento de uma política social, ou semelhante, deveria naturalmente caber ao Governo, colocando os demais parceiros  perante a responsabilidade histórica de uma resposta clara, que evidenciasse estarem ou não dispostos, porque e em que condições, a partilhar direitos e obrigações nos aspectos nacionais da crise que atinge o País.

 “ O Trabalho Subordinado no Contexto Social Europeu.” Resumo de uma comunicação apresentada dia 27 de Janeiro 1982 no Porto