quinta-feira, 15 de março de 2012

NÃO VÃO SER FÁCEIS OS TEMPOS DO FUTURO


1983.  O Henrique faz parte de um grupo de militantes, (designado pela comunicação social como o “grupo dos notáveis”), que, na sequência do ruir da Aliança Democrática, sente a responsabilidade histórica de procurar, e, encontrar, uma solução de liderança nova e prestigiada para um PSD profundamente dividido.
Nenhum líder emerge de uma forma clara, pelo que durante o X Congresso, (Montechoro 23 a 25 de Fevereiro), surge uma solução tripartida.
O espírito de Montechoro terá sido votar Nuno Rodrigues dos Santos como presidente respeitado, integro e símbolo do PSD e Mota Pinto como líder efectivo. O objectivo era, portanto, que Mota Pinto assumisse a liderança do Partido. Mais tarde o Henrique dirá entender nunca ter havido uma verdadeira “troika”, no sentido com que muitos se referiam a esta direcção  tripartida.
 A 3 de Março em Entrevista a “O País” o Henrique afirma:

“ Não vão ser fáceis os tempos do futuro. Vai-nos ser exigido que sejamos capazes de efectivar o propósito, com que nos apresentamos a este Congresso, de consolidar e fortificar a unidade do nosso partido. Na sua projecção externa esse propósito implica que demonstremos ao eleitorado qual o significado político da social democracia como projecto anti – conservador e anti – colectivista. Em consequência será necessário que o eleitorado compreenda que o grande espaço da liberdade e do progresso se polariza no Partido Social Democrata. Falaremos a linguagem de verdade que é necessária para que se possa progredir em solidariedade. Não devemos esperar as esmolas de ninguém. Só o trabalho de todos os portugueses permitirá que Portugal ultrapasse gradualmente a crise com que se defronta”
IN “O País” 3 de Março de 1983