terça-feira, 27 de março de 2012

DOCUMENTO GONELHA/NASCIMENTO RODRIGUES


A formação do Bloco Central foi um dos processos negociais partidários mais relevantes em que o Henrique participou activamente. Depois de dias “a partir pedra”, como costumava dizer referindo-se a negociações, chega a um acordo com o PS (representado por Maldonado Gonelha), sobre a política laboral do futuro Governo. Foi o acordo conhecido por acordo Gonelha/ Nascimento Rodrigues. (divulgado pelo Jornal “ O Tempo” 2/6/83)
“ No âmbito das negociações em curso entre o Partido Socialista e o Partido Social-Democrata….. Nesta reunião foi analisada a política Laboral e Social, tendo-se concluido haver uma margem de convergência muito larga e acordado o seguinte:
1.Haver necessidade de ser institucionalizada uma Política de Concertação Social
2. Criar uma instância superior de representação plural de interesses colectivos (tipo Conselho Económico e Social)…. e continua por mais 7 páginas.
Este acordo mereceu larga contestação da parte da UGT, designadamente do seu Secretário Geral o que levou o PS recuar em relação ao que tinha sido acordado. Estava em causa a possível liberalização dos despedimentos individuais.
Durante 48horas tremeu-se pelo futuro do Governo do Bloco Central.
Mota Pinto afirma :“ Uma Central Sindical é apenas um parceiro social e não uma entidade que possa mandar no Governo”. Mostra-se disposto a enfrentar a UGT e o PS e diz: “que não assina este projecto de acordo com o PS, nem está inclinado a fazer parte do Governo, ou a contribuir para a coligação governamental, enquanto os socialistas não derem garantias sólidas e públicas de maior clareza de intenções relativamente a aspectos tão importantes como o da legislação laboral.”
IN " O jornal 2 de Junho de 1983 
 O Henrique apoia Mota Pinto neste braço de ferro.