segunda-feira, 5 de setembro de 2011

A OBRA NASCE

Enquanto Provedor de Justiça de Portugal, o Henrique, tinha um sonho que não lhe coube  concretizar: criar uma federação de Provedores de Justiça/ Ombudsman que congregasse todos os países que falam Português. Em 2005, 30 e 31 de Maio realiza-se em Lisboa o II Colóquio Luso - Brasileiro de Ouvidores Públicos/Provedor de Justiça. São estas algumas das palavras pronunciou nessa ocasião
"Qual a intenção destes colóquios? Em primeiro lugar, naturalmente, aprofundar os laços de conhecimentos entre as instituições brasileiras de Ouvidoria Pública e a instituição portuguesa do Provedor de Justiça.
São diferentes, claro. Mas isso não obsta a que procuremos apreender as nossas experiências e, através desse contacto, evidenciar o laço apertado que une brasileiros e portugueses por sobre o oceano que nos separa e, independentemente da inserção político - geográfica de cada um dos nossos países, reafirmar a fraternidade intemporal que espero seja sempre preservada entre ambos os Povos.
Disse-vos que visiono mais longe, para o espaço da Lusofonia. Timor-Leste foi o primeiro país da lusofonia, depois de Portugal, a instituir o seu Provedor de Justiça e dos Direitos Humanos, ainda recentemente. E Angola foi o primeiro país africano de língua portuguesa a criar o seu Provedor de Justiça.
Eu espero que o seu exemplo frutifique nos outros países africanos de língua portuguesa – e aí, ele tem um papel fundamental como paradigma de uma instituição da democracia em África de língua portuguesa - e auguro que, um dia, todos juntos, angolanos, brasileiros, cabo-verdianos, guineenses, portugueses, são-tomenses e timorenses possamos criar uma associação que congregue as nossas instituições de Ombudsman.
Um grande poeta português escreveu isto: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”. Nós temos, pois, a obrigação de sonhar para que a obra nasça.
Depois de nós outros virão. Mas que nunca digam que nada fizemos. Nós já fizemos".
Maio de 2005