Nesse mesmo ano, 2005, em Florianópolis, o mesmo tema: olhar mais longe, para todo o grande espaço lusófono, com um grande apelo: sensibilizar o Brasil para a vantagem de criação da figura do Ombudsman parlamentar.
Se os Ombudsmen dos países da América do Sul já criaram a sua Federação; se os Ombudsmen francófonos estão, eles também, agrupados na sua “Association des Ombudsmans et Médiateurs de la Francophonie”; se os 25 países da União Europeia têm os seus Ombudsmen, que se reúnem periodicamente e têm “redes” estreitas de relacionamento; se Timor Leste, Angola, Moçambique e Cabo Verde já têm Provedores de Justiça ou, pelo menos, já os instituíram constitucionalmente – o que falta para que o grande e tão variado mundo da língua em que todos nos entendemos avance para uma qualquer fórmula de associativismo das suas instituições análogas?
Falta-nos o Brasil, claro. Podemos criar as raízes dessa associação – mas sem as adequadas instituições brasileiras, ela seria como um embondeiro de tronco retorcido, um jacarandá ou uma buganvília sem cores, uma cerejeira sem fruto, ou um coqueiro com cocos sem sumo.
Não seriamos nós todos, portanto. E ou somos todos nós, ou não saberemos responder ao desafio histórico do século da mundialização, da riqueza intercultural de que também se faz o humanismo e dos direitos humanos, que são universais."