Faz hoje 4 anos. 19 de Março de 2009.
Na manhã dessa 5º feira, sai, na revista Visão,
uma entrevista em que Henrique manifesta a sua indignação pela incapacidade de
entendimento entre os partidos. Sim, incapacidade, falta de vontade, falta de
diálogo. Oito meses tinham passado desde o fim do seu 2º mandato, e o impasse para
encontrarem uma figura que o substitua à frente da Provedoria de Justiça,
mantem-se sem fim à vista.
"Sejamos claros: este impasse desprestigia os decisores políticos,
intranquiliza o funcionamento normal da Provedoria e deixa os cidadãos cada vez
mais descrentes da qualidade da nossa democracia. Vou a caminho dos sessenta e
nove anos de idade e já ultrapassei os 44 anos de actividade profissional
ininterrupta, no Estado, em empresas e em profissão liberal. Olhando para o meu
passado, poucos são, felizmente, os momentos de que não guardo gratas
recordações. Deixarei o cargo de Provedor de Justiça tranquilo comigo e com os
meus concidadãos, consciente de que valeu a pena o esforço e o entusiasmo que
lhe dediquei. Por isto tudo, nunca admiti voltar a abraçar qualquer actividade
profissional. Quero dedicar tempo a mim próprio, à minha
família e aos meus amigos, ao estudo da História de Portugal sinais da
crise...e a uma mera participação cívica nos problemas do País por exemplo, com
um blogue de comentários, que me ajude a ultrapassar a minha iliteracia
informática e me obrigue a reflectir sobre as razões por que sinto tanto
desencanto com a visível degradação da qualidade da vida política no nosso
país. Dito isto, é verdade que não estou satisfeito e acomodo-me mal por me ver
obrigado a permanecer no exercício de um mandato cujo prazo legal está
longamente excedido. Ao fim e ao cabo, sou Provedor de Justiça desde 9 de Junho
de 2000. Sou uma espécie de 'Provedor Matusalém'...
Mas não façamos disto uma tragédia grega.
É apenas uma comédia à portuguesa! “