São 35 meses. De ausência. De falta. De
saudade. Regressamos anos atrás. Quantos? Não interessa. O tempo para quando tu
escreves. É um tempo não tempo, uma verdade sempre presente. Basta ler, e num
repente, estás aqui. A eternidade destes 35 meses dilui-se, desfaz-se, o
passado torna-se presente. Em tua memória, as tuas palavras.
“Democracia
não significa apenas ausência de ditadura. As liberdades que ela postula só são
reais, e não meras caricaturas, quando exercidas num Estado de Direito, o que
pressupõe o império da lei e o primado da Justiça.
A
democracia não é, e nunca foi, senão um sistema de lenta, penosa e difícil
construção de uma ordem política, económica e social mais livre e mais justa.
Não está nunca definitivamente conquistada, senão através da tolerância, do
diálogo, do esforço permanente de compreensão e de busca de soluções comuns.
Porém
se não acreditarmos na capacidade do Homem, em que devemos acreditar? Falo do
homem concreto, cuja dignidade essencial é igual em todo o lado, seja pobre ou
rico, culto ou analfabeto, religioso ou ateu, homem ou mulher.
Essa
dignidade só é atingível no respeito integral pelos direitos do homem”.