segunda-feira, 1 de abril de 2013

CONSEGUI


A 10 de Julho de 2008, o Henrique responde por escrito a três perguntas do semanário “Expresso”:
Expresso- Nos dois mandatos à frente da Provedoria sentiu-se ouvido pelos vários destinatários das suas mensagens?
Nascimento Rodrigues“ Sim e não. Sinto-me ouvido quando consigo resultados concretos. Não me sinto ouvido quando demoro meses e meses para conseguir uma resposta entendível, ou quando me respondem ’não’ sem razão. Os relatórios dos meus oito anos de mandato à Assembleia da República comprovam o seguinte:
a) consegui resolver, em 2007, 88,1% das queixas com fundamento que me foram apresentadas. Foi a mais alta taxa de sucesso dos 33 anos da Provedoria de Justiça
b) consegui, em 2007, atingir 81,4% de taxa de eficiência na resolução das queixas. Foi a mais alta taxa de eficiência desde sempre na Provedoria de Justiça
c) consegui baixar a ’pendência processual’ para níveis nunca atingidos na Provedoria de Justiça.
Isto revela que aquilo que se conseguiu foi porque as entidades públicas aceitaram as posições do Provedor de Justiça. Este não deve ser um contra-poder de arremesso: tem de ser um instrumento de cooperação com as Administrações, por forma a conseguir resolver o problema das pessoas.
Expresso – Qual a medida/ intervenção que considera mais emblemática do seu trabalho?
Nascimento Rodrigues – “ O meu trabalho quotidiano, silencioso e persistente: consegui”.
Expresso – Qual o caso/s em que, pelo contrário, sentiu que o seu papel era mais ineficaz?
Nascimento Rodrigues“ As maiores dificuldades advém das demoras e das respostas evasivas de vários Gabinetes ministeriais e de algumas, outras, entidades públicas. A verdade é que, tendo-me deparado com quatro Governos (Guterres, Durão Barroso, Santana Lopes e Sócrates), este último ganha aos pontos na ‘lenga-lenga’. É preciso paciência…