sábado, 6 de abril de 2013

O PROVEDOR DAS BALEIAS


Desde o início do seu mandato, e por diversas vezes, o Henrique teve oportunidade em expressar a sua posição relativamente à criação de provedores sectoriais, fenómeno a que também chamava de “ tentação de salamizar o Provedor”.
Essa solução, que foi por diversas vezes ensaiada no nosso Parlamento, nunca chegou a vingar em definitivo.
Não admira pois, que, a 3 de Outubro de 2008, tenha respondido a perguntas do Diário Económico no tom em que respondeu.
Diário Económico 3 de Outubro de 2008
“ (…) Embora tente desvalorizar o prolongamento do mandato, mostra-se incomodado por o PS e o PSD ainda não terem chegado a acordo quanto ao nome do seu sucessor e exorta o Parlamento a debruçar-se sobre a sua substituição. “A democracia ganharia com um consenso interpartidário mais alargado na escolha do novo Provedor de forma a emprestar uma vasta sustentação institucional ao cargo”. Não acham que já basta esta ridícula tentativa de proposta de Estatuto Político- Administrativo dos Açores de criar provedores regionais sectoriais”.?
Nascimento Rodrigues, que aproveitou ainda para avisar que “ o acordo não deve fazer-se à luz de meros interesses partidários”, chegou mesmo a ironizar para deixar uma pergunta aos deputados: “ Querem o provedor das baleias?”
Expresso 25 de Outubro de 2008
Provedor abre guerra a Estatuto dos Açores
“ O Provedor de Justiça vai pedir ao Tribunal Constitucional a declaração de inconstitucionalidade de alguns artigos do novo Estatuto dos Açores, caso o Presidente da República não vete o diploma. (…) Discreto ao longo dos seus dois mandatos na Provedoria, Nascimento Rodrigues mudou de estratégia em Abril, dirigindo-se directamente ao Presidente da Assembleia da República para questionar o diploma e levantar objecções “de constitucionalidade e de mérito” a algumas normas ali previstas. Na carta, a que o Expresso teve acesso, o provedor sublinha que seria “ de todo inoportuno o silêncio a que não posso votar-me” face à eventual aprovação de uma solução que coloca “em crise a instituição ‘provedor de Justiça’ e os mais salutares princípios da boa administração do Estado”. Em causa, segundo Nascimento Rodrigues, está a possibilidade aberta pelo novo Estatuto de serem criados provedores regionais, o que “provocará inevitável desvalorização do órgão provedor de Justiça, a sua desconfiguração constitucional, sem ao menos se proporcionar palpáveis vantagens no exercício da sua cidadania aos açorianos”. Manifestando o “seu total desacordo” em relação a esta medida o provedor invoca “superior interesse do Estado, unitário nos termos da nossa Constituição”, e recorda posições idênticas manifestadas por reputados constitucionalistas e políticos. Seis meses depois, a carta a Jaime Gama ainda não obteve resposta. O provedor aguarda também que o Parlamento decida quem o vai substituir num mandato que terminou em Julho.