segunda-feira, 22 de abril de 2013

UM HOMEM LIVRE


Depois da entrevista à revista Visão (19 de Março de 2009), o silêncio da Assembleia da República tornou-se ensurdecedor. O Henrique deixou claro que para ele, a espera, tinha acabado. Alguns acusaram-no de, nessa entrevista, ter deixado de ser isento, e de ter envergado a” camisola do PSD”. Engano. Todo o seu mandato tinha tido um fio condutor – as queixas dos cidadãos contra as ilegalidades erros e omissões da Administração Pública. Então e agora? Desleixo, desrespeito, não cumprimento da lei…. ! Contra uma Instituição que tinha como missão defender os portugueses das  arbitrariedades do poder. Não teria o Henrique o direito de ser “advogado” em causa própria? Na duríssima entrevista, nesse dia 19 de Março, o Henrique vestiu a sua própria camisola e a camisola da Provedoria de Justiça. O que é certo, é que, logo de seguida, e pela primeira vez, os partidos apresentaram candidatos reais, (não virtuais, como tinha acontecido até aí) e, que, depois de cumpridos todas as imposições legais, foram a votos.
“ Na virulenta entrevista que concedeu à Visão deixou o PS à beira de um ataque de nervos. E obrigou o partido a movimentar-se para resolver de vez a questão da substituição do Provedor, que se arrasta há oito meses, recorrendo a outros parceiros”.
IN “Jornal de Notícias”, 20 de Março de 2009
“ As divergências entre PS e PSD, que tem impedido os dois partidos de encontrarem um nome que substitua Nascimento Rodrigues, como Provedor de Justiça, são um lamentável episódio que desprestigia o cargo e os dois partidos. Passaram oito meses desde o final do mandato do actual titular e ‘nem sim nem sopas’. É neste contexto que Nascimento Rodrigues deu uma entrevista à ‘Visão’. Contundente e desassombrado, como compete a um homem livre que não perdeu a capacidade de se indignar perante o estado do regime”.
IN “ Jornal de Negócios, 20 de Março de 2009