terça-feira, 7 de dezembro de 2010

A importância do diálogo nas relações laborais

Atribuo uma importância decisiva à concertação e ao diálogo entre parceiros sociais e entre estes e o Estado, para que os desafios do presente e do futuro sejam assumidos com consciência e responsabilidade e sejam vencidos em comum, já que comum é hoje o inimigo, que se chama desemprego, injustiça e exclusão social.
O desafio não passa apenas pela flexibilização do mercado de trabalho.
Erigir esta como a “questão das questões”afigura-se-me extremamente incorrecto e redutor.
Estou profundamente convicto de que ir só por aí é ir erradamente.
Avançar para uma democracia plena tem de passar pela participação de empresários e trabalhadores e pelas suas organizações de representação de interesses, não já como inimigos que permanentemente se degladiam e visionam a destruição do outro, antes como interlocutores que se aceitam e respeitam reciprocamente, divergem mas também acordam, discutem mas não se renegam, em suma, perfilam-se como parceiros que descobrem que o futuro colectivo a todos diz respeito.
Mas este é, do meu ponto de vista, um dos desafios nacionais.

Funchal, Maio de 1996