A saudade é mesmo a saudade…
Inevitável
Inevitável
Nasce dentro de nós como uma flor
mas depois cresce e lentamente
e parece tão somente uma ligeira dor.
Mas com tempo fica enorme e está presente
em tudo que queremos e fazemos
e em tudo que tocamos e pensamos
mesmo quando parece estar ausente.
em tudo que queremos e fazemos
e em tudo que tocamos e pensamos
mesmo quando parece estar ausente.
Está na aurora azul que contemplamos
e nos poentes em que anoitecemos
Está na paisagem urbana que vivemos
a qual insensivelmente comparamos .
e nos poentes em que anoitecemos
Está na paisagem urbana que vivemos
a qual insensivelmente comparamos .
Está no sabor do prato que comemos
na música que às vezes recordamos
cresce dentro de nós que envelhecemos
e punge nesta dor que suportamos.
na música que às vezes recordamos
cresce dentro de nós que envelhecemos
e punge nesta dor que suportamos.
Ela estraga os nossos momentos de alegria
com lembranças de outrora já esquecidas
e está presente nas coisas mais queridas
como uma coisa triste inerte e fria.
com lembranças de outrora já esquecidas
e está presente nas coisas mais queridas
como uma coisa triste inerte e fria.
E cresce devagar e se acaso pensamos
que no fim dos tempos a vencemos
que no fim dos tempos a vencemos
Sempre demonstra que afinal nos enganamos
e vem de novo e logo estende os ramos
e bem depressa enfim nos convencemos
que já sabemos que afinal nos enganamos…
e vem de novo e logo estende os ramos
e bem depressa enfim nos convencemos
que já sabemos que afinal nos enganamos…
A saudade é mesmo saudade.
Inexorável
Inexorável
In “Obra Poética de Neves e Sousa” 1977