Ser livre está impresso na alma dos homens. O aumento inevitável do ritmo da circulação das ideias, das pessoas e das mercadorias, e o avanço difusor de imagens e de vozes de toda a parte, que é potenciado pelas novas tecnologias, vão quebrar as resistências do obscurantismo e despertar cada vez mais nas consciências a ânsia imemorial de paz, de liberdade e de Justiça.
É verdade, portanto que a democracia ganha caminho.
É inquestionável também que o clima político mundial sofreu transformações enormes e insuspeitáveis até há poucos anos.
Todavia, Democracia não significa apenas ausência de ditadura.
As liberdades que ela postula só são reais, e não meras caricaturas, quando exercidas num Estado de Direito, o que pressupõe o império da lei e o primado da Justiça.
Lisboa, 26 de Junho 1992