terça-feira, 13 de dezembro de 2011

“SOLIDARIEDADE”- O SINDICATO


A 13 de Dezembro de 1981, o Governo Polaco, pela mão do general Jaruzelski, tenta destruir o sindicato “Solidariedade” impondo a Lei Marcial.

Em Lisboa, a 16 de Dezembro, entrevistado pela RTP2 no programa ” 4ª Há Noite” a este propósito, dizia o Henrique:

Acompanhamos com extrema preocupação e diria mesmo, com grande angústia, aquilo que neste momento se está a passar na Polónia. Ao longo de mais de um ano, tivemos oportunidade de assistir ao movimento social, encabeçado pelos operários, depois pelos trabalhadores rurais, e mais tarde por outras camadas da população, no sentido de uma democratização da sociedade polaca.

Verificou-se mais uma vez que os regimes comunistas, por natureza, não podem aceitar uma situação de expansão progressiva, moderada, e responsável da liberdade. Aí, as botas militares a calarem as vozes, a abafarem os pensamentos e a criarem sangue na Polónia.

Só há uma via para a normalização, no sentido de normalidade democrática e não de normalidade comunista. E esse sentido é o do restabelecimento de conversações e do diálogo entre o Governo Polaco e o Solidariedade. É óbvio que não parece que isso esteja a acontecer quando se diz que Lech Walesa não está preso, mas no fundo está detido, forçosamente, para ser obrigado a negociar com o Governo. Obrigado a negociar significa aqui, obrigado a aceitar aquilo que o Governo Polaco quiser.

Nenhum país deve interferir nos assuntos da Polónia. Este é um assunto que só diz respeito ao povo polaco, que só por ele deve ser resolvido. Isto não significa porém que calemos a nossa voz, pelo contrário, devemo-nos expressar de todas as formas lícitas e democráticas, condenando o que se está a passar.

O futuro da Polónia só se resolve com diálogo, com conversações. Efectivamente os regimes comunistas não podem evoluir porque não podem aceitar um mínimo de liberdade e não aceitando um mínimo de liberdade, não aceitando sindicatos independentes, não aceitando uma imprensa relativamente livre, (já não pedimos totalmente livre), sem essas condições, que são as condições dos direitos humanos e das liberdades fundamentais dos cidadãos, de facto o diálogo não é possível."