segunda-feira, 21 de maio de 2012

SEPARAÇÃO DE PODERES E DE FUNÇÕES


" Recordando que a Constituição impõe independência dos sindicatos relativamente aos partidos, Nascimento Rodrigues declarou ao “Expresso” entender que os TSD, com o seu estatuto de ligação ao PSD são inconstitucionais.
E admitindo que a alternativa é mudar ou acabar” frisaria":
“ Os sindicalistas ou são fieis ao partido e afrontam a área sindical, ou são fieis à área sindical e afrontam o partido. Estes são princípios universais do sindicalismo democrático”- sublinharia Nascimento Rodrigues, para adiantar:” Para além dos princípios, os factos demonstram que o PSD tem perdido terreno no campo sindical, e isso não é compatível com a sua posição de maior partido português”.
Finalmente, defendeu a reunificação de todos os sindicalistas sociais-democratas, numa organização autónoma do partido.”
IN “ Expresso” 25 de Junho 1988
Estive contra a formação dos TSD (Tendência Sindical Democrata dentro da UGT), desde o seu início. Não conheço nenhum partido democrático que tenha criado dentro de si uma estratégia organizada e reconhecida para exercer funções sindicais. É uma atitude que entra em contradição com o princípio de separação de poderes e de funções. Oponho-me a uma estratégia partidária que exerça funções sindicais, mas não a uma corrente que sirva para propagar o ideário social-democrata dentro das empresas e junto dos trabalhadores. Os partidos têm o direito de emitir opiniões sobre todos os fenómenos sociais, mas não devem interferir na estratégia sindical. A estratégia e a acção pertencem aos sindicalistas.
Defendo uma UGT que protagonize um grande espaço de confluência democrática onde convergissem trabalhadores democratas, independentemente das suas filiações partidárias. Uma central sindical deve esbater o mais possível as conotações partidárias e ideológicas pelo que seria bom que neste momento não se falasse em tendências sindicais conotadas partidariamente mas que se falasse em puras correntes sindicais no interior da UGT”
IN” O Correio da Manhã”26 de Junho 1988