sábado, 23 de junho de 2012

UM HOMEM À PROCURA DE CONSENSOS




“ Nascimento Rodrigues quer sobretudo assumir-se como homem de consensos do Conselho Económico e Social. “O presidente não comanda o CES”, À pergunta de O Público: (…) Que papel vai ter este organismo na sociedade civil portuguesa? “O CES é um órgão consultivo, é esse o seu papel”. E continua: – “ Espero que tenha um papel útil. Perante a experiência que vivemos nos últimos anos, sobretudo no âmbito da concertação social, conclui-se que o diálogo é possível e é algo que pode levar a acordos. Acordos esses que, por seu turno, são indispensáveis numa dupla perspectiva: por um lado, como meio de aprofundamento do próprio regime democrático e, por outro, como instrumento de progresso económico e social. Se esta experiência, que decorreu até agora no Conselho Permanente de Concertação Social (CPCS), continuar a decorrer na Comissão Permanente de Concertação Social, podendo ser alargada também a outros agentes como os representantes no CES, isso será um contributo positivo. (…) O meu papel será apenas o de poder oferecer às três partes, que são decisivas para o entendimento, aquilo que puder proporcionar, para desbloquear entendimentos e aproximar pontos de vista. Eu não negoceio nada, não tenho esse poder, não sou parte da concertação social. As partes são o Governo, o patronato e os sindicatos. Essas é que têm de se entender. O presidente pode ser um elo de ligação entre os três. Eu não posso assinar acordos, e ainda bem que a lei não me dá esse poder.”
IN “ O Público” 29 de Julho de 1992