quinta-feira, 16 de agosto de 2012

CES DE LÍNGUA PORTUGUESA


Com já dissemos, e é sabido, o Henrique foi o primeiro Presidente do Conselho Económico e Social. A ele se deve a definição dos objectivos estratégicos do nosso CES, o modo como os dinamizou, e as relações que estabeleceu com instituições estrangeiras congéneres.
Sempre no pensamento do Henrique o continente africano e, mais uma vez, a cooperação com os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, para a criação de organizações de concertação social nos países africanos lusófonos.
A 25 de Novembro de 1994, por ocasião do “ Encontro Constitutivo dos CES Africanos” em Abidjan  afirma a este propósito:

“(…) Posso assegurar-vos que o CES português está sinceramente empenhado nesta cooperação. Naturalmente e por razões de relacionamento histórico, prestamos particular atenção aos laços entre a Europa e a África, É sabido que Portugal, enquanto membro da União Europeia, tem insistentemente defendido nas instâncias comunitárias a visão  de uma Europa aberta ao mundo e que seja sensível aos problemas e dificuldades das regiões e países extra - europeus mais ligados, por razões históricas e de uso de uma língua comum, aos países do continente europeu.
Desejaria, também, dar-vos conta do grande interesse do Conselho a que presido no apoio à criação, nuns casos, ou de reforço do funcionamento, noutros casos, de Conselhos Económicos e Sociais  ou instituições similares, nos países africanos de língua oficial portuguesa.
Em princípio do próximo mês de Dezembro, terá lugar um seminário promovido em conjunto pela Organização Internacional do Trabalho, pelo Ministério do Emprego e pelo CES português, no qual participarão  Conselho de Concertação social de Cabo Verde e de delegações dos outro, nossos quatro países africanos de língua oficial portuguesa.
Este será um primeiro passo para o estreitamento de relações entre os já existentes e os futuros CES dos países de língua portuguesa, nos quais incluo o Conselho Nacional do Trabalho do Brasil. Este propósito situa-se na sequência da criação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, que ser instituído em Lisboa na próxima semana, com a presença dos chefes de Estado ou de Governo dos sete países de língua portuguesa.
Como esta comunidade lusófona integra países situados na América do Sul, na Eutopa e na África, ela pode exercer uma influência muito positiva na identificação das questões específicas das regiões respectivas, bem como na formulação de propostas que conduzam a um reforço da cooperação cultural, económica, científica e social dos países desses continentes.
Por outro lado, a Comunidade Lusófona é plenamente compatível com a inserção de cada um dos países que a integram em conjuntos ou blocos regionais da área em que se situam. Não só isso é compatível como é desejável. Porque os legítimos interesses de cada um devem poder exercer-se nos quadros regionais que mais os favoreçam e nas instituições homólogas de outras regiões do mundo, em particular com os países dos quais se sentem mais próximos, por afinidades históricas ou por outras legítimas razões. (…)”
Abidjan, 25 de Novembro de 1994