terça-feira, 7 de agosto de 2012

DOIS POEMAS À TERRA

POEMA I

OH Terra, oh Terra! Oh minha Mãe Terra!
Sim, 
eu sou uma força de amor à humanidade e às super -e-sub-humanidades!
Sim,
eu sou uma força de ódio a tudo quanto algema o Ideal-
esse presente que se nega
superando-se
no desejo de vir a ser maior!
Eu sou, sim, sou um fanal um fanal de emoção
ante a beleza das coisas
e dos homens

Mas sou amor, ódio, emoção
mas sou uma força a influir no destino do que me cerca
graças a ti
a ti,
Ó Mãe Terra
Graças aos meus nervos, às minhas carnes, aos meus olhos, à minha voz-
a este corpo
do barro do teu chão da água das tuas fontes

Só por ti consigo ser o amor que transforma para melhor
o ódio libertador que atemoriza, arrasa e silencia,
a emoção que dinamiza a apatia
rasga as trevas
e vence os impossíveis

- A humanização do mundo!
Oh!
Oh1 terra ! Oh Terra, oh nossa Mãe Terra...

Viriato da Cruz (1928- 1973)
Nasceu em Angola, Porto Amboim, a 25 de Março de 1928, faleceu em Pequim  em 1973
Tem poesias dispersas em vários jornais, antologias, colectâneas e outros.