domingo, 12 de agosto de 2012

DEMOCRACIA E DESENVOLVIMENTO



Comemora-se este ano o 75º aniversário da Fundação da OIT e o 50º da Declaração de Filadélfia. À semelhança do que vai ocorrer em todo o mundo, também em Portugal, que foi um dos países fundadores da OIT, a celebração deste duplo aniversário tem vindo a traduzir-se por manifestações de diferente natureza mas idêntica finalidade, promovidas por diversas entidades. É justo destacar, porém, pela dianteira da iniciativa e pela solenidade dos actos, as iniciativas tomadas pela nossa Assembleia da República. Tive, nesse contexto, o ensejo de falar sobre a questão da Democracia, do Tripartismo e da Concertação Social.”(…)
In  Semanário “Expresso” Junho de 1994


Excerto do texto da conferência proferida no 75º aniversário da OIT, Assembleia da República, 1994

“(…) Sem liberdades políticas e cívicas – numa palavra, sem a existência de uma Democracia pluralista – não há liberdades fundamentais. E sem estas não há direitos fundamentais no mundo do trabalho. (…)
As liberdades políticas e cívicas são o húmus do respeito pela pessoa humana. O próprio Direito é neste princípio que se baseia e a Democracia – porque não pode ser interpretada apenas como sinónimo de ausência se ditadura – assenta no comando de que todo o poder legítimo se funda no Direito e deve ser exercido em conformidade com ele. (…). A Democracia não pode ser apenas política, tem de ser também económica, social e cultural. (…) Dificilmente uma democracia política resistirá se não gerar crescimento económico são e se não promover e consolidar condições de justiça social.
Esta ideia comporta o reconhecimento da íntima conexão entre os Direitos do Homem e a Democracia, por um lado; e envolve a convicção, por um lado, de uma ligação, nem sempre facilmente demonstrável é certo, entre Democracia e Desenvolvimento, concebido este como todo o vasto conjunto de condições favorecentes da plena realização das aspirações materiais e imateriais da pessoa humana, e promotor de sociedades sãs e coesas, no plano interno e pacíficas nas suas relações internacionais."