quarta-feira, 15 de agosto de 2012

INTERNACIONALIZAÇÃO DO CES PORTUGUÊS


“ Situar o Conselho Económico e Social no espaço internacional era também uma das prioridades do meu pai, enquanto seu presidente. Assim, no exercício das suas competências, durante o decurso das sessões do III Encontro Internacional, realizadas no Burkina Faso, em 1993, apresenta a candidatura do Conselho português como organizador do IV Encontro Internacional dos Conselhos Económico e Sociais e Instituições homólogas. Esta candidatura tinha como oponente o CES de Espanha mas foi acolhida por consenso. Deste modo, o Conselho Económico e Social português ficou encarregado de organizar o IV Encontro Internacional dos Conselhos Económico- Sociais e Instituições homólogas, em Lisboa, em Maio de 1995”.
Sofia Nascimento Rodrigues

Nesta mesma linha, e logo em 1992 (mais precisamente a 7 de Setembro), faz uma intervenção no Curso de Verão da Universidade António Machado (Baeza -  Espanha), sobre o novo “ Conselho Económico e Social Português”.
Em Novembro de 1993 desloca-se ao Brasil - Belém do Pará e São Salvador da Baía, proferindo uma conferência por ocasião dos “Seminários sobre relações do Trabalho”.
A 25 de Novembro de 1994, em Abidjan, por ocasião do “ Encontro Constitutivo dos CES Africanos”, profere as seguintes palavras:

“(…) As reuniões internacionais dos CES representam já um passo nesse sentido - (de uma organização ou estrutura que agrupe os Conselhos de todo o mundo). Desejaria sinceramente que o IV Encontro Internacional, que vai ter lugar em Lisboa, em Maio do próximo ano, constituísse um momento de avanço nesse reflexão conjunta. Para além dos temas específicos do IV Encontro – para os quais seria útil levar a contribuição de opiniões concertadas a nível regional, pela eficácia que, desse modo, se poderia emprestar às conclusões do Encontro – seria, por certo desejável que pudéssemos aprofundar, nos nossos contactos pessoais, essa reflexão acerca do papel que poderiam exercer todos os CES e instituições homólogas no plano internacional, uma vez concertados entre si.
Este objectivo constituirá, seguramente, um contributo poderoso para a atenuação das disparidades de desenvolvimento regional, logo, para um melhor equilíbrio entre áreas do nosso mundo, actualmente muito distanciadas nos seus níveis de progresso económico e social. Essas diferenças tão acentuadas de desenvolvimento não servem, do meu ponto de vista, a causa da paz mundial e de uma maior harmonia entre os povos. Que mais nobre objectivo para os nossos Conselhos, portanto, do que esse contribuir, no campo das nossas atribuições legais, para a Paz e o Progresso no nosso mundo?
Esta interrogação representa, ao mesmo tempo, um voto final: o voto de que a vossa associação regional de Conselhos Económicos e Sociais possa constituir um instrumento eficaz para o desenvolvimento do continente africano, um exemplo a seguir por Conselhos de outras regiões, um fermento para a aproximação entre todos os Conselhos Económico e Sociais do mundo.”
Abidjan, 25 de Novembro de 1994