domingo, 19 de agosto de 2012

OS ANOS DECISIVOS


Em 1995, o Henrique publicava, na revista “Industria”, um artigo quase pré monitório da nossa situação actual. É pena que o País e os executivos não o tenham ouvido.

 (…) Os tempos que aí vêm não serão, porém, fáceis, porque vai haver mudanças na arquitectura e nos rumos da EU. Provavelmente, é um novo e ainda incerto ciclo político e económico que se abrirá. Seremos forçados a uma rigorosa disciplina orçamental, a uma aplicação em tempo e mais acertada dos apoios comunitários, a uma demonstração quotidiana de que Portugal tem um papel específico na Europa e fora da Europa.
Os próximos anos serão, assim, mais decisivos do que os anteriores. Teremos de ser mais competitivos, mais habilitados, mais determinados: o facilitismo significará demagogia e a demagogia pagar-se-á caro. A economia terá de crescer em quadro de estratégias concertadas. A Administração Pública carecerá de profundas alterações, a qualificação dos recursos humanos exigirá investimentos prioritários, a conflitualidade social deverá ser racionalizada e reconduzida por negociação a níveis que sustentem o aumento do emprego e o combate às chagas sociais, porque as economias não se desenvolvem em climas e culturas de confronto e desestabilização sociais. E não poderemos menorizar a outra grande aposta estratégica, política e económica: África e a lusofonia, porque é esta geração que detém os laços, a sensibilidade e os conhecimentos indispensáveis para a ganhar e passar às novas gerações.”
In “ Industria” Revista de empresários e negócios Ano XV nº8 1995