sexta-feira, 12 de outubro de 2012

OS MEUS COLABORADORES


A 19 de Junho de 2001, o Henrique responde a perguntas, escritas, que lhe são enviadas pelo BOA (Ordem dos Advogados). As perguntas incidem sobre variados temas, como por exemplo:
Que balanço faz do trabalho realizado? Quem recorre mais à mediação do Provedor de Justiça?
Que futuro espera este órgão? A esta pergunta o Henrique responde assim:

“ Suponho ser indiscutível a credibilidade que, por mérito dos meus antecessores, já alcançou a existência do Provedor de Justiça. É minha obrigação sustentá-la e, se possível, amplificá-la. (….).
Não quero falar, porém, exclusivamente, no “Provedor de Justiça”; falo, antes, nos meus colaboradores, porque quero fazer tudo isto só com eles. Sem eles o Provedor é pouco. E, ao dizer isto, sinto que já estou a marcar outro eixo de perspectiva nesta instituição: quer dizer, o órgão continuará a ser unipessoal – o que está certo -, mas  deve ser, também colegial no esforço e no serviço que presta aos que a ele recorrem.
Não sou só eu que tenho que sentir “o Provedor”. Sem abdicar em nada desse estatuto, desejaria que cada um, e todos os meus colaboradores, partilhassem comigo a função para que fui eleito, ajudando-me a exercê-la com dignidade e competência. Se tem que existir um rosto, deve existir um corpo coeso”.
Lisboa 19 de Junho 2001

 Continuou a servir os cidadãos, (muito para além do tempo de vigência do seu segundo mandato), nas mais  precárias condições de saúde.  Uma das razões -  a solidariedade institucional para com “o corpo”- Provedoria de Justiça.
O Henrique morreu faz hoje dois anos e seis meses. Todos, familiares e amigos, sentimos como é dura a sua ausência.