Para os nossos netos lerem, meditarem, e aprenderem, todos eles, a importância da dedicação ao estudo, ao trabalho. A recompensa vem depois!
Quando se olha para um livro de estudo como se ele fosse apenas matéria inerte, sem interesse, que é preciso meter na cabeça, nunca o estudo rende e os resultados, mesmo se favoráveis, não são verdadeiros.
O estudo tem que ser feito com uma certa alegria, uma certa “raiva”, absolutamente indispensável para se vencer.
Chega a haver momentos, em que eu, ao olhar para as minhas sebentas até sinto um certo carinho por elas, ao pensar que serão elas que me possibilitarão a concretização dos meus sonhos. Isto sem embargo de ser um pouco cábula, pois nunca pretendi, ser um bom estudante.
Basta-me ter a noção da responsabilidade e saber que um curso não são só notas, mas o próprio esforço que se lhe dedica, consciente de que esse esforço há-de ter a recompensa quando nos lançamos na vida.
Não me considero um bom aluno, porque tenho muitos momentos de cabulice; mas também sei que não sou um cábula, porque sinto o que vale o meu curso e tenho vontade de lutar por ele."
16 de Abril 1959