terça-feira, 4 de setembro de 2012

EM JEITO DE FIM DE MANDADTO


Como vimos, em Junho de 1995 o Henrique participa no Funchal no I Congresso dos Trabalhadores Social Democratas. De acordo com o Jornal da Madeira acedeu a “fazer alguns comentários” sobre várias questões relacionadas com a situação nacional. Nesta entrevista, e em jeito de fim de mandato, que se anuncia, em virtude das legislativas de Outubro, o Henrique lembra:
“ Não esqueçamos uma coisa: Portugal não completou ainda o ciclo de reestruturação económica e qualquer reestruturação económica leva, a curto prazo, a taxas de desemprego, para a médio prazo vir a criar novos postos de trabalho. É preciso que estas coisas sejam ditas para que não se iludam os portugueses”.
À pergunta do  Jornalista: “ Até que ponto poderá ir a flexibilização das leis laborais”? Responde
“ Até ao ponto que seja necessário para a readaptação das empresas. Por um lado, leis laborais rígidas, que não permitem nenhuma readaptação às empresas, acabam por virar-se contra os interesses dos trabalhadores. O que é que interessa que uma lei diga que o posto de trabalho tem de ser permanente se a economia da empresa não o conseguir manter? E explica: Portanto esse tipo de rigidez laboral, não serve, mas o que eu também não defendo, e nem os sociais democratas defendem, é uma desregulamentação completa. Isto é, para valorizar o princípio do livre mercado, não dizemos que a empresa pode fazer o que lhe apetecer no plano  das normas laborais. Não, a empresa tem uma grande função económica, mas também tem uma função social. Sem ela, não podem existir empresas em livre mercado e a função social das empresas é permitir a preservação de postos de trabalho que sejam viáveis e permitir a justiça nas relações de trabalho dentro da empresa”
Funchal 26 de Junho 1995