quarta-feira, 19 de setembro de 2012

SEM NOTÁVEIS


À época, a imprensa escrita menorizou a eleição, do Henrique, para o cargo de Provedor de Justiça. “A irrelevância de Nascimento Rodrigues”, Provedor toma posse sem notáveis” “Nasceu um caso”, são alguns dos vários títulos da imprensa escrita. De facto, à excepção do bastonário da Ordem dos Advogados, faltaram, na cerimónia de posse, as figuras cimeiras da Justiça portuguesa. Estaria em causa, provavelmente, o facto, considerado por alguns, como muito relevante, de  ser uma segunda escolha. ( O Henrique foi a votos na sequência de um processo ao longo do qual foram “queimados” vários nomes.). “ Todos nós somos segundas escolhas. O mundo já começou há muito tempo”, afirmou à imprensa Menéres Pimentel.
Fui procurar, nos seus papéis, outros testemunhos, anónimos ou de amigos, para entender a importância, para o País, da inesperada escolha do Henrique para Provedor da Justiça. Para mim, tinha sido  a escolha certa, do homem certo, no momento certo. Confirmei. Esta opinião não era só minha.

“ É uma enorme alegria face ao respeito e longa amizade que nutro por Vª Exª, ver que finalmente foi feita justiça ao escolhê-lo para ocupar um dos mais importantes cargos do Estado. Pelo conhecimento que tenho das suas qualidades humanas, inteligência, profundas convicções e elevado sentido de Justiça, vai Vª Exª emprestar o brilho, o rigor e a eficácia a que nos habituou, na defesa dos cidadãos e designadamente dos mais desfavorecidos. Desejo-lhe, meu caro Dr. Nascimento Rodrigues as maiores felicidades e sucessos na Provedoria de Justiça.
Um abraço de quem muito o admira e não esquece o seu contributo ímpar no estabelecimento da Democracia Político-Sindical no nosso País”.
“ Meu caro amigo Dr. Nascimento Rodrigues
Apesar de já ter deixado uma curta e singela homenagem no seu telefone, não quero deixar de expressar as minhas sinceras felicitações para o cargo de Provedor de Justiça, para que acabou de ser eleito pela A.R. Ao contrário do que já li e ouvi, não se trata de uma 2ª mas sim de uma primeiríssima escolha e que sintetizo na simples frase: “ é o homem certo no lugar certo”.
A sua cultura, capacidade e inteligência política vão de novo ser postas à prova, mas os cidadãos vão ter um óptimo Provedor de Justiça, funções para as quais, apesar dos “espinhos”, desde já lhe desejo as maiores felicidades”.

“ (…) Fico impedido de, conforme sinceramente desejaria, estar presente na sua cerimónia 
de posse como Provedor de Justiça. Tal facto – que lamento – não reduz, porém, em nada a
 satisfação com que o vejo ocupar tão alto e honroso cargo – em relação ao qual o seu 
prestígio e grandes qualidades tornaram fácil um consenso que, 
à volta de outros nomes, se foi revelando inviável – 
nem a dimensão dos meus votos de que seja plenamente feliz no seu desempenho”.

“ Distinguido que fui sempre pela sua consideração e amizade, não poderia deixar de lhe dar um sinal do meu regozijo por uma justiça tardia que de algum modo se faz, agora. com a sua designação para Provedor de Justiça.
À minha convicção sobre a elevada competência e empenho do meu amigo para tão alto e importante cargo do Estado, juntei a alegria de ler nos jornais a sua disponibilidade para o aceitar. Tenho ainda a certeza que o Dr. Nascimento Rodrigues, sem prejuízo das demais vertentes inerentes à Provedoria, dará ao TRABALHO uma outra amplitude a partir dessa instância”.

“ Meu caro Henrique, “Camarada”!
Feliz por ver como Provedor de Justiça um Homem de excepção – e jóvem! – fico, como amigo preocupado por sabê-lo. daqui para diante metido numa enorme carga de trabalhos ( para variar não é?). Se isso lhe puder alguma vez ser útil, pense que – além de todos os outros, que, felizmente, são muitos – este amigo torce por si, reza por si e está à sua inteira disposição. Com o desejo do maior sucesso em mais esta difícil etapa da sua vida, envia-lhe um abraço amigo”.

Poderia escrever muito mais, mas o importante está dito. Os "notáveis", nunca tiveram significado nem nas escolhas, nem no percurso de vida, que, desde muito jovem, o Henrique desenhou para si próprio.