O diálogo social pode impulsionar, apoiar e sustentar o desenvolvimento da economia e a melhoria das condições de trabalho, numa palavra, a modernização da sociedade e o aprofundamento da coesão social.
Por isso, o grande desafio do diálogo social, a meu ver, é o de saber operar uma conjugação harmoniosa entre a cidadania política, a económico social e a cultural. ~
Eis o que é muito fácil de dizer, extremamente difícil de levar a cabo porém. As experiências concretas, mesmo a de países ditos desenvolvidos, aí estão para o comprovar. Porque tudo isto vem implicando uma reconsideração de qual é o papel do Estado, dos chamados “corpos intermédios” ou organizações de interesses colectivos sectoriais, e da autonomia da vontade individual, quer dizer, daquilo que é a cidadania.
Assim chegamos ao diálogo social tripartido, que tem lugar entre o Estado e os parceiros sociais, mas se circunscreve a modalidades de mera informação, consulta, partilha de avaliações ou troca de pontos de vista, em suma, intercâmbio de opiniões.
A ideia do diálogo social tripartido, não é tão novo e inovador quanto a agenda da “modernidade mediática” pode induzir a fazer-nos crer. Mas é verdade, igualmente, que este princípio da cooperação tripartida foi adquirindo, com o correr dos anos, revelações e concretizações que não se suspeitavam nos seus primórdios
E aqui chego ao ponto fulcral: a concertação social. Mais rigorosamente a concertação tripartida.
Excerto da comunicação feita em Março de 2000. Cabo Verde, Cidade da Praia