domingo, 23 de janeiro de 2011

RAINHA JINGA

A Jinga interessante figura de mulher, não desperdiçava nenhuma oportunidade para hostilizar os portugueses.
Souto Maior convenceu-se de que era absolutamente necessário arredar semelhante obstáculo. E foi assim que ele conferiu o comando da expedição encarregada da desafronta ao Capitão Borges Madureira, profundo conhecedor da região de Ambaca, local onde as operações militares iam decorrer. Tudo começou por um insulto feito a um sobado de indígenas amigos, pela “gentalha” da Jinga, temeridade essa que foi devidamente castigada. Perante este facto, a rainha negra, que mantinha relações de amizade com os holandeses, resolveu aproveitar-se da circunstância para derrotar os seus eternos inimigos. A coluna expedicionária portuguesa tinha ordens terminantes do nosso governador para talar as terras da Jinga, sem preocupações de a fazer prisioneira bastando executá-la” in loco”. Compunha-se as forças portuguesas de 330 homens de raça branca, coadjuvados por 20.000 indígenas, pertencentes ao rei do Dongo, e por algumas centenas de jagas, tribo aliada.A Jinga estava acampada para lá do rio dande, ali tendo construído três pontes para defesa e ataque. O Capitão em chefe das forças militares portuguesas temendo traiçoeira cilada por parte dos insurrectos, continuou a marcha para baixo, até encontrar vau, passando-se então para a margem oposta, onde assentou arraiais. Caia já a noite, e a coluna preparava-se para o descanso merecedor, quando se verificou terrível incêndio provocado pelos batedores da ginga. Por volta da meia noite, um estranho ruído se ouviu na floresta silenciosa, enquanto o gongo soava entre a expectativa geral. Voz rouquenha dava, em nome da rainha dos negros, as “boas vindas”aos portugueses, há muito que ela os esperava; e já tinha posto inclusivamente, as panelas ao fogo, para nelas queimar os corpos dos seus inimigos. Aviso certamente maldoso e terrífico, que não atemorizou, no entanto, a hoste lusitana. E logo que a manhã raiou, a Ginga, muito embora auxiliada por milhares e milhares de apaniguados, sofreu tremenda e retumbante derrota, que por muito tempo fez declinar a sua boa estrela. As armas portuguesas mais uma vez tinham mostrado o seu portentoso valor.








PS Dona Ana de Sousa, (nome cristão da Rainha Jinga), faleceu de forma pacífica aos 80 anos de idade, como uma figura admirada e respeitada por Portugal. Fonte- Wikipédia