6ª feira anterior tinha sido um dia feliz.
Há um ano que não saia com os amigos.
O fato/gravata - indumentária de uma vida de trabalho, tinha sido, há meses, posta definitivamente de lado.
Nesse dia, fato, camisa branca e gravata comenta comigo: "não consigo apertar o colarinho, esta camisa já não me serve"! À minha resposta: "é bom sinal", sorriu, feliz!
O regresso foi um momento que deveríamos ter agarrado para sempre: um entusiasmo, uma alegria, uma felicidade, uma necessidade de contar tudo, que fazia esquecer todos os momentos difíceis vividos no ano anterior.
Sábado, um dia pacato, almoço em casa: tarde de trabalho com o blogue.
Tudo se desencadeou no Domingo... insidiosamente... uma tentativa de evitar mais um internamento.
E a noite foi calma em Santa Marta. Às 8 da manhã de segunda feira, à pergunta do enfermeiro -
"então senhor Dr. como se sente?" - respondeu: "Bem, só quero um copo de água".
E pronto, às 8 horas e quarenta repousava na sua posição habitual: olhos fechados, mãos cruzadas sobre o peito.
Quando, na casa da Takula, subíamos ao escritório, e, o encontrávamos deitado no sofá de olhos fechados, mãos cruzadas sobre o peito, sabíamos que descansava, feliz, sereno, reconfortado com a vida e dizíamos: "O pai está a descansar".
Foi o que aconteceu naquela 2ª feira. "O pai está a descansar"... para sempre.
Treze meses depois, tudo parece impossível.
Treze meses depois, tudo é inaceitável