sábado, 14 de maio de 2011

12 DE MAIO 2011

São 13 meses. Era uma segunda feira.
6ª feira anterior tinha sido um dia feliz.
Há um ano que não saia com os amigos.
O fato/gravata - indumentária de uma vida de trabalho, tinha sido, há meses, posta definitivamente de lado.
Nesse dia, fato, camisa branca e gravata comenta comigo: "não consigo apertar o colarinho, esta camisa já não me serve"! À minha resposta: "é bom sinal", sorriu, feliz!
O regresso foi um momento que deveríamos ter agarrado para sempre: um entusiasmo, uma alegria, uma felicidade, uma necessidade de contar tudo, que fazia esquecer todos os momentos difíceis vividos no ano anterior.
Sábado, um dia pacato, almoço em casa: tarde de trabalho com o blogue.
Tudo se desencadeou no Domingo... insidiosamente... uma tentativa de evitar mais um internamento.
E a noite foi calma em Santa Marta. Às 8 da manhã de segunda feira, à pergunta do enfermeiro -
"então senhor Dr. como se sente?" - respondeu: "Bem, só quero um copo de água".
E pronto, às 8 horas e quarenta repousava na sua posição habitual: olhos fechados, mãos cruzadas sobre o peito.
Quando, na casa da Takula, subíamos ao escritório, e, o encontrávamos deitado no sofá de olhos fechados, mãos cruzadas sobre o peito, sabíamos que descansava, feliz, sereno, reconfortado com a vida e dizíamos: "O pai está a descansar".
Foi o que aconteceu naquela 2ª feira. "O pai está a descansar"... para sempre.
Treze meses depois, tudo parece impossível.
Treze meses depois, tudo é inaceitável