Nasci em Angola, vivi em Angola, não esqueço Angola.
Deixei-a há mais de trinta anos, e desde então, o meu reencontro com a “terra – mãe”foi passageiro e superficial.
O que sei de Angola, portanto, não me vem de conhecimento acabado e actual.
Aceitei partilhar a responsabilidade de intervir neste congresso pela simples razão de que o lema do convite que me dirigiram significou para mim uma obrigação indeclinável. Disseram-me apenas isto; “que cada angolano no exterior dê a Angola o que souber e puder, se Angola o quiser, e sem contrapartidas”.
É esta a única razão porque aqui estou, provavelmente, para dizer coisas sem grande utilidade para Angola, mas com a convicção profunda de que cada um e todos os angolanos são parte integrante de Angola.
Nenhum Estado e nenhum Governo do mundo, nenhuma lei dos homens, jamais teve força, em qualquer época da história, para fazer abjurar a “cidadania da alma” de que cada homem se sinta senhor em sua consciência.
É esta a única razão porque aqui estou, provavelmente, para dizer coisas sem grande utilidade para Angola, mas com a convicção profunda de que cada um e todos os angolanos são parte integrante de Angola.
Nenhum Estado e nenhum Governo do mundo, nenhuma lei dos homens, jamais teve força, em qualquer época da história, para fazer abjurar a “cidadania da alma” de que cada homem se sinta senhor em sua consciência.
Independentemente, pois, dos Estados, dos Governos, das leis e das circunstâncias, sejamos, cada um de nós, um Angolano para Angola.
I Congresso de Quadros Angolanos no Exterior, Lisboa 26 de Abril de 1990
I Congresso de Quadros Angolanos no Exterior, Lisboa 26 de Abril de 1990