segunda-feira, 30 de maio de 2011

NOTAS POLÍTICAS (72)

O diálogo social pode impulsionar, apoiar e sustentar o desenvolvimento da economia e a melhoria das condições de trabalho, numa palavra, a modernização da sociedade e o aprofundamento da coesão social.

Em Portugal, a concertação social despontou sob um governo de coligação dos dois maiores partidos portugueses (PS e PSD) e num péssimo enquadramento macroeconómico e financeiro. Iniciou-se com o claro intuito de associar à estabilidade governativa (potenciada pela grande coligação governamental) a estabilidade induzível pelo reequilíbrio das contas externas, então fortemente degradadas, e pela normalização gradual de uma inflação elevadíssima.

Cada país tem, portanto, que encontrar as suas próprias soluções, na evolução intemporal que vem do passado, passa pelo presente e se abre ao futuro, num contexto que nunca mais será de isolamento – porque um país isolado é um país morto. Neste turbilhão da globalização cada país tem de conquistar um espaço e afirmar a sua identidade própria.

Não o conseguirá, julgo, sem que cada um e todos os seus agentes – políticos, económicos e sociais – percebam e decidam, de preferência em concerto de opiniões e de actuações, por onde andam e para onde vão na sua “casa” e na “aldeia global” em que vivemos.

Março 2000 Praia (Cabo Verde)