Quando suscito o tema do confronto ou consenso social, faço-o, sobretudo, no contexto de uma grave crise económica e social.
Partindo do pressuposto, que me parece irrecuperável, de que o ataque a uma situação de crise exige a adopção de uma política global de natureza económica e social, no âmbito da qual têm de fazer-se opções entre diferentes alternativas, seleccionar-se objectivos prioritários, e conjugar-se medidas que os viabilizem, a primeira questão que levanto é a de saber: exercem ou não os parceiros sociais alguma influência no processo de concepção e de fixação da política global?
Penso ser legítima a conclusão de que um sistema mais ou menos desenvolvido de contactos -negociações sobre os grandes temas de política económico-social do País pode facilitar a criação ou de um consenso mínimo (seja ele total ou meramente parcial) ou, pelo menos, de uma não rejeição frontal e definitiva sobre medidas de política global a adoptar para todo o País.