domingo, 22 de abril de 2012

1985

Em Fevereiro de 1985, Mota Pinto demite-se do PSD e do Governo.
No Congresso de Troia, a 23 de Fevereiro, nasce o PRD.
O Henrique dirige o “O Povo Livre” em Abril e Maio.
Subitamente, a 7 de Maio, duas semanas antes do Congresso da Figueira da Foz , morre Mota Pinto:
“ Os Deuses devem estar loucos: aquele que deveria ganhar o próximo Congresso (se as contas e a lógica estivessem certas) morreu em Maio. Não era um cidadão qualquer. Era quem, plenamente, exerceu o dever da cidadania e se assumiu como patriota. Mal ou bem - com erros por certo- Carlos da Mota Pinto procurou para este País, o nosso, uma solução.”
Nuno Rebocho In “ A Tarde” 8 de Maio de 1985
Cavaco Silva vence o Congresso da Figueira da Foz.  Em Junho é assinado o tratado de adesão à CEE. Cai o governo do Bloco Central, e a 6 de Outubro o  PSD ganha as eleições legislativas. Cavaco Silva é 1º Ministro.
1985 é também o ano em que o Henrique regressa à Guiné Bissau.

“Assumo a responsabilidade de dirigir o “Povo Livre” com a consciência da missão de militância que o seu exercício supõe e implica. Esse o vector fundamental por que tenho pautado a minha actuação ao longo destes anos, sempre que o partido decidiu chamar-me para esta ou aquela tarefa. Pretendo continuar a ser, hoje e neste cargo, o que fui ontem e noutros
A militância é uma missão de desempenho permanente para um social-democrata. Não é um sacrifício, não constitui um esforço incómodo, não exige recompensa ou benesses: é apenas o exercício do nosso sentido de liberdade responsável e empenhada na realização dos valores que o PSD defende.
Passo a dirigir “O Povo Livre”, portanto, porque quis aceitar o convite que me foi formulado e afirmo que me sinto satisfeito por o Partido ter entendido que eu poderia ser útil à frente destas colunas. Habituei-me a que, no PSD, somos homens livres e solidários. Fica claro, pois, que venho porque quero, e quero sem que alguém me deva algo ou eu deva a quem quer que seja – salvo a solidariedade recíproca de sociais-democratas, que dá sentido, conteúdo e valor à nossa própria liberdade.
 Mas a militância é também por natureza, variável e variada, visto que devemos estar onde seja preciso e possamos ser úteis, e enquanto assim for. Por isso mesmo o cargo que hoje assumo tem para mim o horizonte temporal da utilidade que para o partido resultar do modo como eu o exercer. E tem outro limite, que não posso deixar de impor-me: porque este é um cargo da confiança da direcção do partido, fica ele, desde já, à disposição dos companheiros que o Congresso da Figueira da Foz vier a eleger».
In " O Povo Livre" 11 de Abril de 1985