quarta-feira, 4 de abril de 2012

CONGRESSO DO VIMEIRO


“Vimeiro foi a povoação escolhida para servir de cenário ao Congresso Nacional dos Trabalhadores Sociais-democratas, promovido pelo PSD. O Congresso tem como objectivo central a unificação das duas estruturas sociais-democratas com incidência no sector laboral: o secretariado dos sócio-profissionais, organismo ligado ao partido, e a TESIRESD estrutura estatutariamente independente do PSD. As suas deliberações terão, posteriormente de ser ratificadas pelo Congresso do partido em Março próximo.
O congresso foi preparado desde 1982 por uma Comissão Organizadora, que, integrava, paritariamente elementos das duas estruturas.”
 In “O Jornal” 6 de Janeiro 1984.

Povo Livre -  Vai ter lugar o Congresso dos Trabalhadores Sociais-Democratas e aguarda-se com expectativa as suas deliberações.

Nascimento Rodrigues – “Estou seguro de que os trabalhadores sociais-democratas garantirão, na autonomia que se lhes reconhece e que, por essa razão, lhes assiste como um direito e também como um dever, os valores históricos da social-democracia, a tradição universal do posicionamento livre e independente do mundo laboral, as próprias regras fundamentais do direito internacional a que o país está vinculado e de que a nossa constituição, nesse aspecto, se fez eco, em grande parte graças aos esforços dos deputados constituintes do PSD. E sobretudo, será justo que este congresso tenha presente o exemplo que Sá Carneiro sempre demonstrou em relação à independência das estruturas organizativas dos trabalhadores face aos partidos políticos. Recordo o apoio decisivo que com a sua visão de líder e de estadista, prestou no momento histórico da criação da tendência sindical, autónoma do partido, dos trabalhadores que se reclamam do projecto social-democrata.
A vida não pára e nós somos, por filosofia política, evolutivos. Mas somos, também, coerentes com os valores fundamentais do pensamento social democrata, aderentes e participantes do património comum de ideias que a Democracia sedimentou como garantias básicas de não interferência partidária no mundo sindical, fiéis à linha de fundo que valoriza essa não imiscuição, cujo desrespeito conduziria ao abastardamento de estruturas cuja finalidade é por essência diferente. Esta a minha posição. Sempre foi. Repito-a como a única força moral que me arrogo: a de ter procurado ajudar os nossos militantes sindicais desinteressadamente, pelo empenho num projecto essencial à democratização do País e ao engrandecimento do PSD”.
IN “O Povo Livre” 14 de Setembro de 1983