quarta-feira, 27 de abril de 2011

COMO A CORRENTE DE UM RIO - 2

Chumbei a Introdução em Outubro, perdendo um ano, pela 1ª vez na minha vida, por causa dessa única cadeira.

Foi justo? Não, não foi, porque eu sabia Introdução para passar

Eu sei que sabia e tive oportunidades várias de o constatar em confronto com outros colegas.

Direi a bem da mesma verdade que sempre prezei, que a minha prova oral – à qual fui com nota de 11, que me permitia um certo sossego – não correspondeu àquilo que eu sabia

Em oposição às provas nas outras cadeiras, eu não consegui brilhar e fazer crer aos outros – e especialmente ao examinador! – que sabia. E desta vez, o caso é que sabia mesmo. Tive pouca sorte, aliada à própria injustiça da prova que me fizeram, excessivamente rápida, (porque seria?) e à própria injustiça com me classificaram, pois poderiam muito bem ter-me aprovado mesmo com 10, tomando em conta que passaram os meus colegas, alguns dos quais fizeram pior prova.Coisas que sucedem na vida de qualquer um! Que sucedem, mas que foi pena sucederem-me a mim, não porque seja eu, mas porque já tinha o ano quase completo.

Seria uma grande vitória – que aliás eu não merecia, não por causa da Introdução à qual, repito quantas vezes forem necessárias, eu merecia a aprovação, mas pelas outras cadeiras, feitas em Julho, e às quais - essas sim só com muita, muitíssima sorte eu passei. Há absurdos e este é um deles, palavra! O mais lealmente que me é possível, imparcialmente, palavra, eu digo que, eu ser chumbado era naquelas em que passei (excepção, talvez, ao Romano) e nunca a Introdução!

O Destino… Consequências desse chumbo? – Nem elas estão ainda definitivamente claras no rumo em que influenciarão na minha vida! Falarei disso mais tarde, quando sentir – e praza a Deus que nunca sinta – que ele teve, de facto, influência decisiva. Não o creio muito, porque estou disposto a que tal não me volte a suceder jamais. Esperemos.
O meu chumbo tirou-me muitas ilusões, quando eu já estava convencido que passaria para o 2º ano. Talvez que a vida tivesse corrido melhor. É uma simples suposição da minha parte, nada mais, porque estou certo - isso sim - ! de que não voltarei a sentir-me tão feliz como na minha terra, enquanto não voltar para ela e não tornar a ter o que sempre tive.

O resto – será um complemento, com mais ou menos força.


31 de Dezembro 1958