sexta-feira, 29 de abril de 2011

ONTEM COMO HOJE

Em Portugal, como alguém apropriadamente já disse, não precisamos tanto de mais leis do trabalho, precisamos, sim, de melhores leis do trabalho integradas num verdadeiro sistema jurídico-laboral.

Os parceiros sociais reclamam também alterações legislativas, conquanto, como é óbvio, com um sentido diferente.

Apenas para dar alguns exemplos, recordaria as principais reivindicações das centrais sindicais, que apontam para a modificação da lei dos contratos a prazo, para a melhoria do subsídio de desemprego, para o aumento das remunerações mínimas legalmente garantidas, para a revisão do regime jurídico das relações colectivas de trabalho em ordem a assegurar um maior dinamismo dos processos negociais…

Em contrapartida, as confederações patronais reivindicam, fundamentalmente, modificações na lei dos despedimentos individuais, no regime jurídico das faltas…

É preciso que as leis se ajustem às necessidades do desenvolvimento económico e social do País, tanto quanto é preciso que colham aceitação generalizada no húmus em que a sua aplicação prática se faz.

Quando assim não sucede, ocorre exactamente o fenómeno de rejeição (de um ou outro lado da barreira dos parceiros sociais) a que se tem assistido entre nós, e o da desmultiplicação de iniciativas legislativas desgarradas e pontuais.

Lisboa, 11 de Maio 1981