terça-feira, 3 de julho de 2012

ADEUS

Ó lindo oásis do meu amor deserto
e cálido meio dia abrasador...
Senhora do martírio em que desperto,
- ó minha linda chama de calor...

Ó lírica palmeira, ó meu incerto
sofrimento e prazer de tanto amor...
minha graça e desgraça, longe e perto,
Senhora da alegria, olhos de dor...

Eu vou partir pr'a longe, eu vou-me embora,
mas nesta hora eterna, nesta hora
da minha desvairada despedida,

Orando peço à Santa da Muxima
pr'a que faça o milagre que aproxima
os que partem de amor por toda a vida!

Tomás Vieira da Cruz  


Foi um poeta que marcou muito a adolescência do Henrique. Em 1959, em entrevista concedida ao "Diário da Manhã" , o jornalista pergunta:" Sendo você de Angola deve conhecer bem, pelo menos os autores seus conterrâneos ou que os que escreveram ou escrevem sobre Angola." 
Responde o Henrique, então com 18 anos:

" Em poesia, prefiro Tomás Vieira da Cruz. Como investigador de aspectos etnográficos, tenho em grande apreço Óscar Ribas. Como ensaísta de problemas ultramarinos ponho em primeiro lugar o prof. Adriano Moreira" 
" IN Diário da Manhã" Lisboa, sexta feira, 13 de Fevereiro de 1959


Tomás Vieira da Cruz nasceu em Constância, Ribatejo no ano de 1900. Faleceu em Portugal em 1960, mas está sepultado em Luanda, onde viveu grande parte da sua vida