segunda-feira, 23 de julho de 2012

LIBELO A PORTUGAL



Portugal foste grande … tuas tradições
gloriosas assombram todas as nações!
De Camões o poema e de Herculano a história,
tudo, ó  egrégio velho, fala em tua glória.
Porém, se eras o forte, o temerário, o ousado,
da marítima empresa o grande iniciador,
o intrépido, o valente náutico – soldado-
atestando em doiradas páginas ao mundo
qual foi – após heróicas lidas- teu valor;
hoje é velho leão, estás moribundo!...
O que foste, ai! apenas em livros se lê,
na tua força potente hoje exausta é!...
Se pra cova sem força e alento caminhando,
já vais tua misérrima vida chorando,
e mesmo os filhos teus teu fado amaldiçoam
e tua triste morte, ó velhinho apregoam;-
oh!  não deixes Angola em mísera orfandade,
oh!  dá-lhe, Portugal, a sua liberdade…

Cordeiro da Matta (1857-1894)
Joaquim Dias Cordeiro da Matta, nasceu em Icolo e Bengo (Angola), a 25 de Dezembro de 1857 e faleceu a 4 de Março de 1894.  Poeta, jornalista, investigador é considerado o pai da Literatura Angolana. Dedicou-se ao estudo do povo kimbundu. Em 1893 publicou um dicionário kimbundu português
Fonte – Internet.