Enquanto Ministro do Trabalho, a iniciativa mais ambiciosa que procura fazer vingar é a do estabelecimento de um acordo social, para a época inovatória no nosso país. Na discussão do Programa do Governo, lança na Assembleia da República a proposta de negociações com as confederações patronais e sindicais.
Na decorrência dessa proposta efectua um conjunto de reuniões separadas com os parceiros sociais. A iniciativa frustra-se, porém, por não ocorrerem condições objectivas propiciadoras de um pacto social.
Com efeito, a instabilidade política que conduziu à queda do VII Governo Constitucional, por um lado, e a gravíssima crise financeira que determinaria, pouco tempo depois, as negociações com o FMI e a aceitação pelo Governo do bloco Central, do rigoroso programa de reequilíbrio das contas externas, por outro lado, erigiram-se como factores altamente desfavorecentes dessa tentativa de concertação social.
A semente tinha sido, porém, lançada, mas só viria a dar frutos concretos em 1986, com a assinatura do primeiro acordo de política de rendimentos e preços.