Trata-se, por conseguinte, de apurar apenas em que medida se concepciona e se pratica essa autonomia.
Existe um certo entendimento da relação entre defesa dos interesses dos trabalhadores e o sistema social presente, entendimento que se articula, lógica e necessariamente ainda, com um projecto de futuro.
O sindicalismo, não pode consequentemente ignorar a política.
Mas esta situação recoloca o problema, velho, das relações entre as organizações sindicais e os partidos políticos, e o problema da intervenção sindical na política, ou seja, na concepção concreta da sociedade existente e futura.
Isto dito, importa fazer um esforço para se dilucidar qual deve ser o tipo de intervenção do sindicalismo na política. Ou seja: até onde pode e deve ir o tipo de intervenção do sindicalismo no processo de tomada de posição a nível nacional ou a nível sectorial, de forma a não perder a sua identidade de organização de defesa dos interesses dos trabalhadores, face aos governos e aos partidos políticos?
Manuscrito, 1981